Houve um tempo em que a minha janela se abria para...

...para a rotunda principal de Loures, ou para a paragem de autocarro da Buraca, ou para a casa da D. Ana em Almeirim. Espaços com tempos diferentes tatuaram a minha forma de ser fruto de causas, casualidades, consequências e acasos cheios de um blá blá blá meio cinzentóarrosado e que não me vou dar ao trabalho de te contar.

Após anos e anos das mais variadas vivências concluo que, no geral, as pessoas gostam de ouvir outras a arrotarem tragédias. E a idade...oh...a idade, as rugas e a pele engelhada já não me permitem aguentar cochichos e olhares invasivos.
Não quero que tenham pena de mim, nem quero que olhem para mim como aquela última notícia que sentimos, quase como uma necessidade, de contar ao amigo.
Não sou nenhum brinquedo acabado de ser rotulado como "novo" e que todos olham, compram e falam sobre.
A novidade rapidamente deixa de o ser e o que está fora de prazo azeda. Por isso, o que quer que seja que mais tarde vás contar, pensa antes de o fazeres. No segundo aseguir podes estar a dizer a maior das loucuras.

Se me quiseres ouvir, falo-te do meu período rosa. Não mais do cinzento...

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